Il Viaggio
A Reims

de Gioachino Rossini

Dramma giocoso em um ato de Luigi Balocchi

Récitas

Grande auditório do Centro Cultural de Belém

29 e 30 de dezembro de 2022

Produção

Centro Cultural de Belém

Égide – Associação Portuguesa das Artes

Dando início a uma importante parceria, visando criar a partir de 2024 um festival de artes de referência em Lisboa, a Égide e o Centro Cultural de Belém unem esforços já este ano para a coprodução da ópera Il Viaggio a Reims, de Gioacchino Rossini.

Com 16 solistas portugueses, esta iniciativa corresponde ao desejo de a Égide promover a atividade dos solistas nacionais e criar, igualmente, uma experiência de comunidade através da inclusão de um coro participativo, permitindo a inúmeros cantores amadores a possibilidade única de participarem numa ópera ao lado de profissionais de renome.

A coordenação artística está entregue a uma equipe exclusivamente portuguesa: Pedro Carneiro (direção da Orquestra de Câmara Portuguesa), Teresa Simas (encenação), João Paulo Santos (preparação dos cantores) e Filipa Palhares (preparação do coro).

Sinopse

No hotel Lys d’Or, na pequena estação termal de Plombières, encontra-se um grupo cosmopolita de viajantes foliões, personagens importantes, na sua grande maioria, a caminho de Reims, onde esperam assistir à coroação de Carlos X, futuro rei de França.

Sob o olhar vigilante de Mme. Cortèse, a proprietária do estabelecimento, apostada em manter a sua boa reputação, ao lisonjear as manias de cada um, estes hóspedes excecionais tentam estabelecer intrigas amorosas e são os atores, ou as vítimas, de uma série de incidentes trágico-cómicos.

Ficha Artística

encenação Teresa Simas
Direção de Arte Nuno Esteves

DIREÇÃO MUSICAL Pedro Carneiro                                                      ORQUESTRA DE CÂMARA PORTUGUESA

Preparação dos cantores João Paulo Santos 

CO-REPETIÇÃO e recitativos Pedro Oliveira Lopes e Rodrigo teixeira

Corinna Bárbara Barradas (soprano)
Marchesa Melibea Cátia Moreso (meio-soprano)
Condessa di Foleville Carla Caramujo (soprano)
Madamma Cortese Rita Marques (soprano)
Cavaleiro Belfiore João Pedro Cabral (tenor)
Conde de Libenskof Konu Kim (tenor)
Lord Sidney Gianluca Margheri (baixo)
Don Profondo Luís Rodrigues (Barítono)
Barão de Trombonok João Merino (barítono)
Don Alvaro André Henriques (barítono)
Don Prudenzio Nuno Dias (baixo)
Don Luigino Frederico Nobre Projecto (tenor)
Delia Cecília Rodrigues (soprano)
Maddalena Rita Filipe (meio-soprano)
Modestina Jacinta Albergaria (meio-soprano)
Zefirino/Gelsomino Bruno Almeida (tenor)
Antonio João Oliveira (baixo)

Coro Participativo

Sopranos
Ágata Biga
Anastasiya Olga Chykota
Beatriz Vivaldo Santos
Clara Parreirão Alves
Clara Gaio
Joana Carvalho
Leonor de Magalhães Simões
Maria João Saraiva
Sara Castro
Susana Queiroga Amaral
Vanda Cruz Leal
Yue Wang

Meio-sopranos
Ana Cristina Leal
Helena Pinto Janeiro
Helena Tapp Barroso
Karina Aksenova
Leonor Serra
Lisa Schwoiger
Maria Clara Ramos
Susana Póvoa Garcia
Yolinil Chang

Tenores
Afonso Santos
Bruno Miguel Nicolau
Hugo Miguel Peres
Humberto Pedro
João Rodrigues Gomes
Ricardo Correia Afonso
Vasco Maia e Moura

Baixos
Hélio Nunes Tavares
Hugo Reis e Sousa
João Líbano Monteiro
João Maria Chaves
Rui Martins

Maestrina DO CORO Filipa Palhares                        MAESTRO ASISTENTE DO CORO Alberto AraújO        CO-REPETIÇÃO CORO Dana Radu, Karina Aksenova, Ricardo Vicente

 

Têm a palavra os artistas...

Pedro Carneiro

Teresa Simas

Filipa Palhares

Alberto Araújo

Vasco Maia e Moura

Sara Castro

Hugo Silva

Clara Gaio

Beatriz Santos

Contexto artístico

Com apenas 32 anos, Rossini era já um compositor consagrado tanto pelos amantes da ópera como pelos seus pares. É assim que no ano de 1824, após uma série de sucessos apresentados um pouco por toda a Itália, e que rapidamente passaram além-fronteiras, recebe um convite para assumir a direção do Teatro Italiano de Paris.

Uma vez chegado à capital francesa, é-lhe proposto trabalhar numa nova ópera integrada nas comemorações da coroação de Carlos X, efetuadas, durante a primavera daquele ano, na Catedral de Reims.

Essa ópera viria a ser Il Viaggio a Reims, estreada no Teatro Italiano, no dia 19 de Junho de 1825, pouco tempo depois da coroação, mas ainda a tempo de fazer parte das comemorações da efeméride.

Para a estreia, tal como era exigido pela ocasião, foi reunido um elenco absolutamente extraordinário e que incluía Ester Mombelli, Giuditta Pasta, Domenico Donzelli, Nicolas Levasseur e Marco Bordogni. Nunca ninguém tinha composto uma ópera para um tal conjunto de grandes cantores, verdadeiro fogo-de-artifício vocal e autêntica apoteose do bel-canto.

Esta última ópera italiana e primeira ópera parisiense de Rossini foi originalmente pensada como algo meramente circunstancial, pelo que o compositor quis retirá-la logo após a terceira récita. No entanto, a estreia constituiu um verdadeiro sucesso, pois o teatro estava cheio e o público entusiasmado. Meses depois, em setembro, Rossini acedia relutantemente a repô-la em cena para beneficiar uma causa de beneficência (apenas uma récita) e essa seria a última vez em que se ouviria aquela música em Paris como parte do Dramma Giocoso Il Viaggio a Reims. Apesar de tudo, a sua música não seria desperdiçada, uma vez que grande parte seria utilizada em Le Comte d’ Ory, de 1828.

Não se deve esperar desta ópera, como da maioria das óperas menos conhecidas de Rossini, um enredo importante, muito menos um grande aprofundamento psicológico e dramático. Esta é uma ópera feita à medida dos amantes do bel canto, uma ópera de números como se usava então, contendo árias, duetos, conjuntos, separados por recitativos. Existem grandes árias para todos os registos. É um esplêndido espetáculo de pirotecnia vocal, de passagens desafiantes e incríveis conjuntos, e que desde a sua redescoberta tem corrido o mundo inteiro.