João Pedro Cabral

Tenor

Nasci em Lisboa e cresci em Lagos, numa casa em que se ouvia constantemente o vinil do “Brincando aos Clássicos”, da Ana Faria, ou as gravações de uma VHS, quase desmagnetizada pelo excesso de uso, do Pavarotti and Friends.

Aos quatro anos, comecei a sentar-me ao lado da minha avó, no piano do seu salão, a tocar com ela as músicas que ia ouvindo. Por essa altura, inscrevem-me os meus pais na Academia de Música de Lagos, na classe de piano da professora Dina Martins e, posteriormente, da professora Elena Tsouranova.

Enquanto estudava Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, dei-me conta de que era a primeira vez, desde a minha infância, que não tinha aulas de música e que tal me fazia falta. Decidi então fazer uma audição para a classe de canto na Escola de Música do Conservatório Nacional, onde fui aceite e tive o privilégio de integrar a classe da professora Ana Paula Russo.

No meu último ano de estudos, e sabendo que eu tinha interesse em seguir música, a Ana Paula arrastou-me, em sentido figurado, mas quase literalmente, até à porta da sala de audições para o Vlaamse Operastudio, que decorriam nesse momento na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional (EMCN). Apesar de não estar inscrito, aceitaram ouvir-me, gostaram de mim e no final do verão de 2010 segui para Gent, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para integrar o Operastudio. Ali, trabalhei, entre outros, com Ronny Lauwers, mas também com Muriel Corradini, que me aconselhou a prosseguir a minha formação no Atelier Lyrique da Opéra National de Paris.

Integrei o Atelier Lyrique em 2011, por três temporadas, e desde essa altura tenho-me apresentado em teatros e festivais pela Europa, em repertório de períodos distintos, mas com particular afinidade vocal com as obras escritas entre o período Barroco e a primeira metade do século XIX.

Com Les Folies Françoises, gravei Rameau chez Madame de Pompadour“, um álbum com excertos de “Les Surprises de l’Amour” et “Hyppolite et Aricie”; com Os Músicos do Tejo, Il Mondo della Luna, de Avondano.

No Atelier Lyrique, encontrei a Michelle Wegwart, que, para além de excelente pedagoga, me incutiu a importância do trabalho com comunidades. Nesse sentido, colaboro, desde 2017, com a VoiceChoice, em Nottingham, e a OrfeoCanto, em Paris, em projetos maioritariamente direcionados a crianças e jovens em idade escolar, no sentido de encorajar a criatividade e aprendizagem pela música, aumentar a sua confiança e autoestima e iniciando-as, ao mesmo tempo, também, no repertório clássico.

Álbuns:

Ouça-me 1 (Spotify)

Ouça-me 2 (Spotify)

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