A música para mim é vital, até porque não sei fazer mais nada! Tocar, escrever e pensar sobre música faz parte dos meus dias, não havendo muitas outras coisas que me transmitam uma sensação tão profundada de realização.
Comecei a tocar aos cinco anos e aos 18 mudei-me para Paris, ingressando na prestigiada École Normale de Musique de Paris. Regressei a Portugal três anos depois, com uma vontade imensa de me dedicar ao jazz, estudando com Filipe Melo na Escola de Jazz Luíz Villas-Boas e, posteriormente, na Escola Superior de Música de Lisboa. Sob a orientação de João Paulo Esteves da Silva, tornei-me o primeiro licenciado em Piano Jazz desta instituição, onde também concluí o Mestrado em Performance.
Em 2010, apresentei o meu trio na Casa da Música e, em 2013, lançámos o nosso disco de estreia, Nascem da Terra. Desde então, desenvolvi uma intensa atividade como compositor, buscando mesclar os universos do jazz e da música erudita. Fui agraciado com a Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura. pelo projeto “Daniel Bernardes’ Crossfade Ensemble”. Em parceria com os Drumming Grupo de Percussão, criei “A Liturgia dos Pássaros”, uma homenagem a Olivier Messiaen, que mereceu destaque na revista americana JazzTimes.
Para celebrar os 250 anos do nascimento de Beethoven, o Centro Cultural de Belém (CCB) lançou-me o desafio de escrever para piano e coro, convite que resultaria no disco Beethoven… Reminiscências, com o Coro Ricercare. Gravei ao vivo o disco Vignette, em trio com João Barradas e Filipe Quaresma, com música que escrevi em homenagem ao cinema português.
Assumi a direção musical de vários espetáculos: Centenário Amália Rodrigues, no CCB, “Cimbelino”, de W. Shakespeare, encenado por António Pires, e “Sweet Home Europa”, de D. Carnevali, encenado por João Pedro Mamede.
Estreei-me em televisão com a música para a série A Espia, uma produção da Ukbar para a RTP. No cinema, colaborei com João Botelho nas bandas sonoras de Peregrinação, O Ano da Morte de Ricardo Reis e Filme em Forma de Assim.
